Entre resumos expandidos e relatos de experiências técnicas e populares, foram recebidos, pela Comissão Técnico Científica do XI Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA), 2.800 trabalhos. Todos serão apresentados nos “Tapiris de Saberes”, ambiente de diálogo cuja proposta é garantir a Ecologia de Saberes, lema do congresso. A proposta é que todos os resumos acadêmicos, relatos de experiências populares e técnicos, incluindo aqueles em formato de vídeo, estejam em diálogo a partir de diferentes linguagens e olhares.
Cada Tapiri terá duração de duas horas, com a apresentação de 8 trabalhos, onde cada participante terá 10 minutos para exposição. O tempo restante será destinado à interação e ao diálogo entre as experiências apresentadas. A duração do espaço tem o objetivo de conciliar, de maneira justa, o tempo de apresentação com as trocas de experiências.
Outra novidade, no XI CBA, é que o participante poderá escolher a forma que irá apresentar seu trabalho, sendo inteiramente responsável pelos materiais necessários para a apresentação. Mais detalhes sobre os equipamentos disponíveis pela Comissão Organizadora e as possibilidades de formatos e linguagens para a apresentação dos trabalhos podem ser conferidas no arquivo geral que contém as Orientações para apresentação de trabalhos, disponível aqui.
Tapiris de Saberes
O termo “Tapiri” faz parte do acúmulo metodológico do CBA/ABA e nos acompanha desde o IX CBA em Belém, em 2015. A palavra Tapiri é derivada da língua indígena “Caribe” e significa “Palhoça”, que é uma construção rústica, feita de palhas e que serve para abrigar pessoas em mobilidade pelos territórios. Apesar de ser um espaço provisório, tem um valor inestimável para essas pessoas, pois em seu significado mais profundo, prático e simbólico, oferece acolhimento, descanso e intensa troca de informações e saberes.
O termo é muito conhecido entre populações amazônicas como seringueiros, agricultores e os próprios indígenas. Na experiência do IX CBA, em Belém do Pará, esse termo foi utilizado para nominar os espaços de apresentação dos resumos e relatos de experiências. Dando continuidade a essa proposta de horizontalidade de diálogos, o Tapiri no XI CBA será o lugar de convergência de muitos caminhos, do acolhimento fraterno de todas as experiências, da expressão das mais variadas linguagens, da escuta construtiva e da socialização de saberes.
Metodologia da Teia
A programação do XI CBA está organizada no formato de teia, que será composta por ambientes de diálogo de saberes, como os ambientes permanentes, ambientes de interação agroecológica, ambientes identitários e organizativos e os Tapiris de saberes. Todos esses ambientes contarão com fiandeiras da teia, pessoas que, a partir do uso de diversas linguagens artísticas, de tradição oral e tradição escrita, vão sistematizar as questões geradoras em torno do tema do congresso.